Economistas veem Selic a 11,25% no final de 2014

Economistas de instituições financeiras passaram a ver maior aperto monetário neste ano, mas, ao mesmo tempo, elevaram pela terceira semana seguida a perspectiva para a inflação em 2014, deixando-a ainda mais perto do teto da meta do Governo Federal.

A pesquisa Focus, do Banco Central, mostrou que os economistas passaram a ver a Selic a 11,25 por cento no final de 2014, ante 11,00 por cento na semana anterior.

Eles mantiveram a perspectiva de nova elevação de 0,25 ponto percentual na reunião de abril do Comitê de Política Monetária (Copom), a 11 por cento, e voltaram a ver outra alta na mesma magnitude em dezembro.

Desde abril passado, o BC já elevou a Selic em 3,5 pontos percentuais, para o atual patamar de 10,75 por cento, a fim de combater a inflação. Recentes sinais de pressão sobre os preços já haviam levado a curva de juros futuros a precificar mais dois aumentos de 0,25 ponto percentual, em abril e maio.

Já o Top 5 de médio prazo, com as instituições que mais acertam as projeções nesse período, vê aperto monetário maior. A mediana das projeções é de Selic a 11,75 por cento no final de 2014, inalterado ante a semana anterior.

Inflação

Apesar da expectativa de Selic maior, os economistas passaram a ver um cenário de inflação ainda mais alta. A mediana das projeções aponta agora o IPCA a 6,28 por cento no final de 2014, ante 6,11 por cento na pesquisa anterior.

Para 2015, a perspectiva subiu a 5,80 por cento, 0,10 ponto percentual a mais.

Já a perspectiva para a inflação nos próximos 12 meses foi elevada em 0,08 ponto percentual, a 6,2 por cento. A meta de inflação é de 4,5 por cento, com margem de 2 pontos percentuais para mais ou menos.

Em março, o IPCA-15 avançou 0,73 por cento sobre o mês anterior, pressionado pelos preços de alimentos e passagens aéreas, acumulando em 12 meses alta de 5,9 por cento.

Em relação à expansão da economia, as estimativas para 2014 e 2015 foram mantidas em 1,7 por cento e 2 por cento, respectivamente.

 

Fonte: Agência Reuters